Prefácio do livro amarela: poemas

Já disse que a palavra é maior que o homem; e a poesia, maior que as palavras. Poesia é arte. Como tal, deve ser observada, apreciada, fruída.

Escrever poemas é sempre uma tentativa de se fazer poesia. Importante traçarmos a diferença aqui. Sem referências acadêmicas, mas de forma simples e objetiva: poema é forma, poesia conteúdo.

O primeiro é a escrita em versos, estrofes, refrãos. A segunda é a imagem que surpreende, o instante de beleza que nos captura. Está no poema, mas o transcende.

Fazer poesia é criar imagens possíveis com palavras. Talvez, só com palavras. Não se concretizam. Ficam projetadas no pensamento, mas não podem ser ilustradas.

Ou alguém seria capaz de ilustrar Camões, quando diz “amor é fogo que arde sem se ver”?

Este livro contém poemas que escrevi nos últimos anos. São sinceras tentativas de poesia. Confissões. Epifanias. Desabafos. Ego. Entusiasmo. Invenção. Arte.

Como todo livro que escrevemos, este é também um diálogo com o futuro. Um registro do que já foi presente, mas já é passado. Talvez lance luz ao meu futuro. Ou não.

Que, ao menos, um poema te emocione. Pois o que nos emociona nos tira do lugar. (Para quem gosta de etimologia e-movere, palavra latina que deu origem à palavra emoção, dá ideia de movimento).

Um passo à frente é o que dá sentido à nossa caminhada. Afinal, esse é o sentido da vida: para frente.

Este livro é uma despedida de quem já fui. É também uma mensagem de boas-vindas para quem eu vou me tornando com o passar dos anos.

Devo agradecer a você que lê e a mim que escrevi. Eu passarei, você também. O livro ficará.

Que seja lido, que seja lindo!

@LuizHenriqueFCunha , janeiro de 2017