Link para o livro aqui.
Das leituras de Clarice, essa foi a minha mais atual. Entramos em um debate em casa sobre o livro estar centrado no eu feminino da personagem Lóri (Loreley) ou na ideia de “deus”. De tudo o que aprendi lendo, o universo de Clarice Lispector, sem dúvidas, foi minha maior descoberta.
“Bom dia, boa tarde, boa noite
O tempo na internet é fluido e você pode estar ouvindo isso as 10h da manhã ou da noite, enfim..
Saibam que um dos encantos de ser um professor em um ambiente online é que isso pode facilitar o timing da aprendizagem…
Por exemplo, eu funciono melhor de manhã, então produzo de manhã.
Se você aprende melhor a noite, é só consumir o material a noite.
Enfim um encontro perfeito na educação. Um professor com vontade de ensinar e um aluno com vontade de aprender.
Estou no paraíso, que abundância meu irmão.
Vamos direto ao ponto agora.
Chegou o dia de falar de Clarice Lispector aqui.
E isso ter a ver com paraíso e com vontade.
Acreditem.
Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres é o título do livro.
E olha a gente aqui falando de aprendizagem, vontade, paraíso e prazeres…
A Clarice escreve como quem faz uma respiração meditativa.
Você lê como quem inala as palavras, para um pouco porque precisa segurar o ar para que as palavras oxigenem o cérebro, e exala toda poeira que escondia seus sentimentos e sensações mais profundos.
Lóri é a personagem principal, uma mulher no meio de um processo de autoconhecimento. Ulisses, é quem surge na vida dela e propõe uma anti-conquista.
Eu falo anti-conquista porque ele não está para seduzi-la simplesmente como nos romances best-sellers da Amazon ou os filmes mais assistidos da Netflix.
A proposta é que ela mesma encontre ou não razões para dar a ele qualquer tipo de confiança.
O livro é uma história de conexão e segurança.
Se muitas histórias de amores e prazeres só acontecem porque as pessoas se sentem inseguras e querem se provar desejadas evitando conexões, Clarice propõe uma outra aprendizagem.
Durante a leitura, a gente se pergunta muitas vezes os porquês da vida.
Por que amar se a vida é finita?
Onde Deus está?
Todo prazer é pecado?
São tantas aprendizagens neste livro dos prazeres…
Os livros da Clarice começam com vírgulas, letras minúsculas, reticências, dois pontos … Depois terminam com esses sinais que não fecham nada.
A sensação é de que passamos rapidamente pela vida das personagens sem muito tempo de imaginar seus antes e seus depois…
Como se o que realmente importasse fosse o “de repente” .
Do nada, a vida recomeça, do nada a gente aprende coisas profundas sobre nós mesmos.
Falar de Clarice e não mencionar a palavra EPIFANIA não dá.
São essas iluminações que de repente temos e que mudam nossa perspectiva.
A discussão aqui em casa sobre esse livro é se ele é sobre o feminino e sobre Lóri ou se é sobre a ideia de deus.
Essa discussão se deve, obviamente, porque mulheres e homens lêem Clarice e descobrem que o livro é sobre si.
E eu separei um dos trechos que mais me emocionaram na leitura. Ouçam o áudio.
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